IV Manguear

 





O Projeto Manguezal do Instituto Terra & Mar, adaptou o termo “Manguear” para além de uma atividade econômica que ocorre nos manguezais, ou seja, o que se conhece que é uma prática artesanal que pode ser com redes ou outras técnicas de pesca que acontece nos manguezais do norte e nordeste do país. Na verdade, essa atividade é realizada principalmente por pescadores tradicionais, que dependem da pesca como fonte de subsistência e sustento de suas famílias.

Além de gerar renda para os pescadores, o “Manguear” também é importante para a conservação dos manguezais, que são ecossistemas costeiros ricos em biodiversidade e essenciais para a manutenção da qualidade da água e da pesca. Entretanto, a atividade passa por desafios, pois além da degradação ambiental que sem políticas públicas ocasiona ainda mais impactos nestes ecossistemas extremamente sensíveis não há um monitoramento por parte do poder público dificultando a resiliência deles.

A concorrência com a pesca industrial são alguns dos problemas enfrentados pelos pescadores que praticam o “manguear”. Conforme destacado por Costa et al. (2019), a falta de regulamentação e fiscalização da pesca artesanal pode levar à sobrepesca e à exploração insustentável dos recursos pesqueiros.

É necessário promover políticas públicas que valorizem a pesca artesanal, garantam a sustentabilidade do “manguear” e protejam os pescadores tradicionais. Como destacado por Zolnikov et al. (2020), é importante fortalecer as organizações de pescadores, fomentar a educação ambiental e promover a gestão participativa dos recursos pesqueiros, envolvendo as comunidades locais na tomada de decisões.

O nosso formato de “Manguear” é uma maneira de verbalizar traduzindo para uma ação mais conservacionista que uma simples caminhada no manguezal, o recolhimento de algum resíduo neste local, a promoção de atividades físicas, lúdicas, artísticas, fotografia e até mesmo um evento onde o foco maior sempre será a divulgação do local, seus problemas, seus desafios, mas principalmente suas belezas cênicas. 

Portanto, o nosso “Manguear” deste mês de abril (23/04/22) teve conversa, limpeza e uma remada junto com o Betto da Costa Norte Aventuras para conhecer e reconhecer o quanto nosso manguezal é belo, rico e importante para manutenção dos serviços ecossistêmicos, esses serviços que o ecossistema manguezal realiza gratuitamente e que beneficia muitos seres vivos do entorno, inclusive nós os moradores deste lugar.

Esperamos ver vocês no nosso jeito de “Manguear”!

Bora lá? 

O próximo “Manguear” será no dia 28 de maio no mês que se comemora a Mata Atlântica! 

Contamos com vocês para divulgar e participar!

Até lá! 

Referências:

Costa, A. F., Fraga, L. A., & Alves, R. R. (2019). Fishing art in mangroves in northeastern Brazil: an ethnoecological and social approach. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, 15(1), 1-11.

Silva, M. F., Farias, F. D. O., & Barros, J. F. (2018). Manguear no nordeste brasileiro: um estudo de caso no estuário do Rio Capibaribe-PE. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, 7(3), 254-268.

Zolnikov, T. R., Franco, R. R., & Borges, T. F. (2020). Participatory management of artisanal fisheries in the state of São Paulo, Brazil. Ocean & Coastal Management, 187, 1-10.

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