Cultivo Yoko por Reinaldo Moreira

Por Jacqueline Vieira - setembro 20, 2021

Atividades socioambientais, principalmente no Brasil onde quase 100% é embasada no voluntariado, não se buscam, elas que nos encontram, nos conectam... e antes mesmo que percebamos, já estamos envolvidos.

Ao cuidarmos da Natureza, seja num simples vaso, num dia de limpeza de praia ou numa causa ambiental trabalhada afinco nos nossos home offices e escritórios, parece que nos conectamos ao que chamo de "wi fi da criação". É quando sentimos que estamos atualizando nosso software de ser humano (bem desatualizado, por sinal) e somos magicamente conduzidos a uma satisfação plena, a uma harmonia ímpar com a Natureza e a uma sensação de amor puro daquele que preenche a alma e, misteriosamente, sentimos que tudo prospera na vida como um todo, naturalmente. E o mais importante, recarrega em nós uma espécie de banco de baterias de altruísmo, gerando uma via de mão dupla de felicidade absoluta, daquela que não se compra no shopping.

Creio ser este o caminho para nos regenerarmos e correspondermos às expectativas da mudança do nosso sentimento e da nossa intenção para que a nossa civilização atual faça (e pratique) a escolha entre sermos conhecidos como a civilização que mudou o mundo para um pouco melhor do que quando o encontramos, ou se seremos tachados de o “câncer" da Terra.

É natural que observemos que os resultados do nosso incansável trabalho pelas causas socioambientais, e urbanísticas no meu caso, não surjam imediatamente. Mas o esforço contínuo e persistente também nos revela providências, facilidades, desembaraços mágicos e misteriosos. Faz sentido crer também que, dentre as providências, estão o fortalecimento do sistema imunitário dos nossos corpos físico, mental e também da nossa alma.

Em tempos de adaptação aos muitos protocolos das atuais endemias, nessa nossa pausa forçada pra reflexão e escolhas, não nos restam muitas opções, mas ajudar a promover uma sociedade mais igual e uma Natureza exuberante é possível, e muitas vezes, é a porta para a conexão mágica instantânea, basta escolher tentar.

Em casa pratico o cultivo Yoko (ainda em vasos por pura incompetência mesmo) e aprendi a ver os pilares desta prática como uma mudança interior sincronizada. Começando pelo primeiro objetivo: o de regenerar a terra. Ao longo desta minha cinquentenário passagem, sempre ouvi dizer que a terra dá ou que a terra produz, mas o que fazemos em troca para regenerar a terra?.. Adubos e fertilizantes não a regeneram, principalmente se o nosso sentimento (ou intenção) for sempre de tirar o que a terra nos dá. Em um punhado de terra que tranquilamente cabe na nossa mão estão milhões, bilhões de seres vivos... e é também graças à esses seres vivos que a terra produz. Literalmente, trilhões de seres vivos dão a vida todos os dias (neste processo de produção) para nosso alimento, comodidade e conforto.

Manifestar a gratidão e retribuição sincera através de atitudes para a regeneração da terra e promover uma natureza exuberante ajuda na nossa própria regeneração. Utilizar palavras positivas (sim, eu também falo com plantas), usar exclusivamente adubo orgânico, água da chuva e vibrar amor (armazenado no nosso banco de baterias) no cultivo me motivou a ter ânimo para produzir boa parte dos produtos de limpeza de casa com cascas de frutas, a trabalhar com pesquisas em bioconstrução e também a consumir menos carne. Misteriosamente, reaproximei-me de minha única irmã, depois de 17 anos. Antes desse alerta planetário, jamais me imaginaria nesse cenário, e então, mesmo diante desse pré-caos que vivemos, há sim uma esperança – a de escolhermos nos conectar com a Natureza e nos regenerarmos, nos recarregarmos diariamente, vibrando Luz e sintonizado com a força eterna da criação de todo o mundo. É mágico, é a força da Natureza, é simples, mas depende da mudança da nossa intenção mais profunda e invisível.