Dia da Mata Atlântica

Comemorado em 27 de maio, o Dia da Mata Atlântica é uma data crucial para nos lembrar da importância de um dos biomas mais ricos e ameaçados do planeta. Mais do que uma simples floresta, a Mata Atlântica é um ecossistema complexo e vital para a vida de milhões de brasileiros, abrigando uma biodiversidade impressionante e prestando serviços ecossistêmicos indispensáveis.

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Um Patrimônio de Biodiversidade

A Mata Atlântica é um verdadeiro tesouro de biodiversidade. Estima-se que abrigue cerca de 7% das espécies de plantas e 5% das espécies de vertebrados do mundo, em uma área que ocupa apenas 0,8% da superfície terrestre (Fundação SOS Mata Atlântica, 2016). Essa riqueza se manifesta na diversidade de suas árvores, como o pau-brasil (o que deu nome ao nosso país), nas orquídeas exuberantes, nas bromélias coloridas e em uma fauna igualmente fascinante, que inclui onças-pintadas, tucanos, micos-leões-dourados e uma infinidade de insetos e anfíbios. A Mata Atlântica abrange cerca de 15% do território nacional, em 17 estados. É o lar de 72% dos brasileiros e concentra 80% do PIB nacional. Dela dependem serviços essenciais como abastecimento de água, regulação do clima, agricultura, pesca, energia elétrica e turismo. Hoje, restam apenas 24% da floresta que existia originalmente, sendo que apenas 12,4% são florestas maduras e bem preservadas. É preciso monitorar e recuperar a floresta, além de fortalecer a legislação que a protege.

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Serviços Ecossistêmicos Essenciais

Apesar de sua beleza e biodiversidade, a Mata Atlântica vai muito além de ser um cenário natural. Ela desempenha papéis fundamentais para a manutenção da vida humana e do equilíbrio ambiental. A floresta atua como um gigantesco filtro natural, regulando o clima, purificando a água e protegendo o solo da erosão. As chuvas que caem sobre as montanhas da Mata Atlântica abastecem rios que fornecem água para grandes centros urbanos e para a agricultura. Além disso, a cobertura vegetal ajuda a mitigar os efeitos das mudanças climáticas, absorvendo dióxido de carbono da atmosfera.

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Desafios e a luta pela Conservação

Infelizmente, a Mata Atlântica é também um dos biomas mais devastados do mundo. Originalmente, ocupava cerca de 15% do território brasileiro, estendendo-se por 17 estados. Hoje, restam apenas cerca de 12,4% de sua cobertura original, em sua maioria em fragmentos isolados (Ribeiro et al., 2009). A expansão agrícola, a urbanização desordenada, o desmatamento ilegal e a especulação imobiliária são as principais ameaças que historicamente levaram a essa perda drástica.

No entanto, o Dia da Mata Atlântica não é apenas um dia para lamentar as perdas, mas também para celebrar as conquistas e reafirmar o compromisso com a sua recuperação e conservação. Diversas iniciativas de conservação, como a criação de unidades de conservação, projetos de reflorestamento e campanhas de educação ambiental, têm contribuído para a proteção dos remanescentes e para a reconexão de fragmentos. Ações de conscientização, como essa data, são cruciais para engajar a sociedade civil e os governos na proteção desse patrimônio.

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O que podemos fazer?

A conservação da Mata Atlântica é uma responsabilidade de todos. Pequenas atitudes no dia a dia podem fazer a diferença:

• Consumir de forma consciente: Prefira produtos de empresas que demonstram compromisso com a sustentabilidade e evite o consumo de produtos que contribuem para o desmatamento.
• Apoiar iniciativas de conservação: Doe para organizações que atuam na proteção da Mata Atlântica ou participe de projetos voluntários.
• Divulgar a importância do bioma: Compartilhe informações e conscientize amigos e familiares sobre a Mata Atlântica.
• Cobrar ações dos governantes: Exija políticas públicas eficazes para a proteção e recuperação da floresta.

O Dia da Mata Atlântica nos convida a refletir sobre nossa relação com a natureza e a reconhecer o valor inestimável desse bioma. Proteger a Mata Atlântica é proteger a nossa própria vida.

A vulnerabilidade que a Mata Atlântica e seus ecossistemas associados têm, relativo à exposição ao risco, designa maior ou menor susceptibilidade dela em sofrer algum tipo de impacto. Por isso, é uma situação em que estão presentes três componentes: exposição, incapacidade de reação e dificuldade de adaptação diante da materialização do risco. Assim, percebe-se a vulnerabilidade da Mata Atlântica relacionada aos aspectos ambientais, econômicos, políticos e sociais.

E, para finalizar, o dia 27 de maio foi escolhido como o Dia Nacional da Mata Atlântica, em referência a data que no ano de 1560, o Padre José de Anchieta assinou a Carta de São Vicente, documento que descreveu, pela primeira vez, a biodiversidade das florestas tropicais nas Américas. Agora, em 2024, recai sobre nós, biólogos, nos manifestarmos sobre as práticas científicas necessitarem uma abordagem cada vez mais complexa e, portanto, demandarem abordagens multidisciplinares para um novo entendimento dessas relações integradoras. Esse contexto geral está descrito em consonância com o relatório da Association for Tropical Biology and Conservation – ATBC, publicado no ano de 2005, intitulado Beyond Paradise: Enfrentando os desafios da Biologia Tropical no século 21, onde foram recomendadas possíveis mudanças para os profissionais envolvidos com a biologia tropical e apresentado, como objetivo principal, a mudança de percepção para o envolvimento e integração das realidades científicas para uma biologia mais moderna em uma percepção multidisciplinar e integrada.

Referências Bibliográficas

• Fundação SOS Mata Atlântica. A Mata Atlântica é a floresta mais devastada do Brasil.
  Disponível em: https://www.sosma.org.br/causas/mata-atlantica/.Acessado em dia 20 de maio de 2025. 
• Ribeiro, M. C., Metzger, J. P., Martensen, A. C., Ponzoni, F. J., & Hirota, M. M. (2009). The Brazilian Atlantic Forest: A hotspot under siege. Conservation Biology, 23(6), 1361-1368.
• Dias, Henrique Machado. Dia da Mata Atlântica. Disponível em: https://cfbio.gov.br/2024/05/27/dia-da-mata-atlantica/. Conselheiro do CFBio e vogal da Câmara Técnica de Meio Ambiente e Biodiversidade do CFBio. Acessado em dia 20 de maio de 2025.